quarta-feira, 2 de março de 2011

Palavras luminosas...


Ver claro
Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.

Eugénio de Andrade, Os Sulcos da Sede


 Neste seu poema, Eugénio de Andrade orienta claramente o leitor no seu papel de descoberta do sentido das palavras... Apesar de este texto se referir à interpretação da poesia, podemos também transportar o seu sentido para toda a interpretação da palavra e para o papel do leitor... fundamental para a vida do texto.

Tendo em conta as palavas de Eugénio de Andrade e as tuas próprias ideias sobre o tema, procura responder genericamente às questões que te colocamos:
O que é ser leitor? Como encaras o teu papel de leitor? Procuras "ver claro"???

É este o desafio...